domingo, setembro 20, 2009

Neverland

Prometi não falar mais, não pensar mais, não chorar mais. Prometi lembrar sem me deixar levar pela emoção. Prometi esquecer o que é ter saudade. Prometi que o vivi seria algo esquecido, perdido nessas ruas douradas.
Falhei. Falhei em todas essas promessas que não cumpri e tenho sérias duvidas de alguma vez ter querido sequer cumpri-las.
Não consigo esquecer as corridas desastradas na plaza mayor, o "exercicio de braços", os banhos de sol nos jesuitas, no tormes ou na plaza de anaya. Não esqueço os amburgueres do leonardo, as tapas e as cañas con limon. Não quero esquecer as gargalhadas ensurdecedoras, os abraços sofucantes, os olhares comprometedores, ou o coração acelarado. Lembro as musicas de cada sitio e de cada situação. E recordarei para sempre os momentos que passei, que passámos, nessa cidade porque "nada, nada de esto fue un error"...
...o coração doi sempre que regresso e sempre que parto, mas na verdade....há tanta coisa que não muda, que a alegria só pode ser assim imensa, por ter estado.

Now I've had the time of my life
No I never felt like this before
Yes I swear it's the truth
and I owe it all to you
'Cause I've had the time of my life
and I owe it all to you

I've been waiting for so long
Now I've finally found someone
To stand by me
We saw the writing on the wall
As we felt this magical
Fantasy

Desta vez só faltou um diablo....jajaja....que nos vamos ya!!!!

terça-feira, maio 12, 2009

As melhores coisas da vida...

...não são coisas.



Aquele sentimento que não tinha descrição. Era desse sentimento que queria falar. Aquele que sentia quando pensava em tudo o que ela tinha suportado, vivido, e em especial na maneira como o tinha feito, era sobre esse sentimento que sentia quando pensava nela que queria falar.

Sentou-se de caderno numa mão, uma caneta bic de tampa ruida na outra, e o candeeiro -de luz fraca acesa- ao lado. Não tinha de o fazer, e menos ainda sobre isso, mas quis.

Demorou ainda algum tempo até que escrevesse a primeira frase, era dificil falar de algo tão grandioso.

Antes de tocar com a caneta na folha em branco ligou o rádio e no momento em que o bico da caneta tocou na folha a mão parou e a sua mente encheu-se de lembranças.

Lembrou-se da viajem que fizeram quando tinha 8 anos, de quando foi operada, de quando não chorou, dos abraços, dos pessios em sintra, das consultas médicas em que a nancy tambem ia, do corsa vermelho, dos pombos, dos fins de semana no alentejo, do triciclo, da volta à casa alugada, do an que estiveram fora, dos esforços mensais, das risadas, das conversas no sofá, das experiencias na cozinha, dos stresses, do matar as saudades, da compreensão, da cumplicidade....

Escreveu o que tinha a escrever tapou a caneta e foi dormir.

No dia a seguir o caderno no chão tinha tão só uma linha escrita:
Amo-te mãe.

quinta-feira, abril 23, 2009

sempre a aprender

Com o tempo ganhamos peso, porque ao acumular tanta informação na cabeça,quando já não cabe, espalha-se pelo resto do corpo, por isso não estamosgordas, somos tremendamente cultas. A partir de hoje, quando vir o meu rabono espelhos, pensarei, Meu Deus, que inteligente que sou..

quarta-feira, janeiro 14, 2009

O Quarto poder.

O quarto poder é um quarto. Com vista sobre a cidade que já não o é; sobre as ruas que já o foram; sobre as casas que deixaram de o ser.

O quarto poder é um pai; e um filho tornado órfão por uma bala certeira; errada no alvo, errada na hora, errada no tempo que faz do lugar a morada última de um quotidiano que se extingue.

O quarto poder é um fogo; ingrato nos modos, ousado na fuga, intenso na cor, injusto nas vítimas.

O quarto poder é um mar; um oceano de raiva, um elemento à deriva, uma ausência de razão, um lamento inconsolável, um ímpeto de sobrevivência.

O quarto poder é um sopro; de espada em forma de pena, de penas em forma de espadas, de imperfeitos pretéritos, de distorcidos desejos, de ódios e iras e túmulos, e vidas e mortes e destinos, e estilhaços e condições desumanas.

O quarto poder é um berço; a inocência do dia primeiro, segundo a segundo; o choro e o riso, o siso e o norte, o sol e o sul, o leste e o oeste, os cardeais preciosos que guiam, precisos, o começo da nova vida.

O quarto poder é um voto; um desejo dobrado em quatro, a esperança feita num oito. Promessas, palavras vãs, ínvios caminhos, passos perdidos, leis e normas e regras e o melhor dos países e os oásis e os pântanos, e a pose a pensar na posse, no quero, no tudo, no mando.

O quarto poder é um piano; as teclas o prolongamento do tacto; a pauta a serenidade literária, a mão, silhueta temerária, e a mente, suavemente brilhante, tem na partitura o efeito, e na causa cheia o aplauso.

O quarto poder é um golo; um passe em profundidade; um drible, um truque, um remate, uma falta como se pecado fosse, um alento, um país, uma forma de vitória, a outra forma da derrota.

O quarto poder é uma luta; um jeito de desespero; a tábua do náufrago, os argumentos do facto, o mais dos que têm menos, o menos quando são demais.

O quarto poder é um acto; as horas que dele decorrem, as vidas que nele se perdem, as incertezas do dia e a inevitabilidade da noite.

O quarto poder é um arbítrio; um acaso disfarçado, um fogo-fátuo do nada, de tudo a fatalidade, de todos a provação, de muitos a privação, de quem a responsabilidade?

O quarto poder é pergunta; e resposta e mais pergunta, e tese e antítese e síntese; e os dias que hão-de vir, a nobreza do dever, a missão de não esconder, de mostrar, de saber, de fazer saber, de saber fazer, olhar e explicar.

O quarto poder é um quarto. Um quarto revisitado, um pai que é baleado, um fogo inacabado, um mar assim tresloucado, um sopro sentenciado, um berço de novo ocupado, um voto mais uma vez escrutinado, um piano a ser tocado, um golo que é celebrado, uma luta que dá brado, um acto premeditado, um arbítrio incontrolado, uma pergunta no estrado.



Texto da publicidade da sic noticias, segundo o que pude apurar escrito pelo jornalista Reinaldo Serrano.
Vi hoje e adorei.
[termina com: "O quarto poder é um nome: SIC. O orgulho de poder dizer."]

sábado, novembro 29, 2008



Aquela rua agitadamente calma, aquelas pedras (des)alinhadas, aquelas paredes amareladas. Aquele som das rodinhas que se arrastam pela rua e as sirenes que correm ao fundo.

Aquela casa escura cheia de vida, aquela porta que quase não para, o elevador incontrolavel. Aquele riso que ninguem controla e a campainha silenciosa.

Aquilo que não se explica porque ninguem entende.

São momentos, apenas isso. Breves instantes.

sábado, outubro 04, 2008

La fuga (medley)

Triste, como el perro en la autopista, como una tortuga con prisa, como una monja en un burdel.
Así me siento yo. Absurdo como un domingo por la tarde. Vacío como el corazón del rico, como el bolsillo del mendigo.
El tiempo no nos servió, las heridas siguen aqui, y los recuerdos esos se suman a cada momento recordandome que tuvimos una historia. Aunque fueramos diferentes compartimos momentos, sueños, dias y noches que nos hacian vivir intensamente algo que no sabiamos lo que era.
Tu nunca decias sí, yo nunca decía no. Tu salías al trabajo mientras yo volvia del morón. Tu dormias con la luna y yo dormia con el sol.
Aún así fuimos capaces de vivir algo bonito, las diferencias no nos apartavan, nos acercaban, eso fue nuestro problema, nos acercabamos con las cosas que no soportabamos. Y las soportamos al final.
Lo unico que no fuimos capaces de soportar fue la mentira. De tanto escuchar mentiras me he quedado sordo, sabes bien como soy, que no suelo mentir y siempre que lo hice fue por verte sonreír. Pero de tanto querer verte sonreír, te he perdido y ahora, de mi boca solo salen puñados de silencio.

Donde están las noches sin pastillas para dormir?
Las penas que solo eran penas para los demás?
La colección de promesas por cumplir?

Estoy cansado de historias que siempre acaban mal. Ya sé que a ti no te ha ido bien en el juego de ganar siempre te ha tocado perder. Y quería hacerte sonreir ahora como una vez lo hice. Y quería decirte que vamos a vivir del aire pero no funcionaria, el tiempo no vuelve y lo que pasó, pasó. Sin más. Ahora que voy más solo que la luna voy buscando en la basura unos labios que me digan “esta noche quedate”.

Mientras espero le pido al cielo que cierren para siempre la calle del olvido y que te metan en ella para nunca verte. Y que, por fin, el tiempo borre las heridas y tus fantasmas nunca más vuelvan a verme.

¿Donde coño te escondes felicidad?
Me condenas a muerte de soledad.
Para caminar valen los sueños.
Y no me quedan más.

No me jode por los sueños.
Me jode por los inviernos que parecian primaveras.



Este texto não tem um significado especial.
Este texto não é um original.
Este texto é um "medley" de algumas músicas de la fuga com algumas palavras pelo meio.
Este texto aparece aqui hoje porque a saudade aperta.

quinta-feira, outubro 02, 2008

perspectivas


brisa suave. vento forte.

céu azul. nuvens carregadas.

sol oculto. raios brilhantes.

lágrimas soltas. risos loucos.

falta de ar. pulmões cheios.

terra molhada. areia solta.