quarta-feira, junho 14, 2006

Ahh pois é...

Eu passei este fim de semana por Ermezinde e Leiria a fazer um espectaculo de teatro. Ambos em teatros inaugurados recentemente. Ambos os espetaculos esgotados, o de Ermezinde com 300 e o de Leiria com 200 lugares. Como fiz dois espataculos em Leiria tive 400 espectadores. No entanto, Leira quando lhe perguntei pelo estádio novo de futebol, que ainda não está acabado, disse-me que funcionava de 15 em 15 dias e tinha, normalmente, 300 espectadores. Eu creio que posso dizer que, em comparação, não há crise nenhuma no teatro (o que eu já pensava há muito tempo), mas o que está em crise é o futebol. Isto eu já estou farto de ouvir, mas estes números é que eu não tinha antes, isto é, para aqueles adeptos de futebol que sempre gritaram contra os subsidios de teatro (que eu não usei para fazer este tal espectaculo) ficará dificil de justificar uma crise de espectadores tão grande depois de todos os subsidios dados em forma de estádios e beneficios fiscais ao futebol, e de todos os programas de rádio e televisão tão só dedicados ao futebol, chamando a atenção para ele e fazendo publicidade aos jogos que se vão fazer, coisa que o teatro nunca teve, nem terá. Portanto agora posso eu dizer que o espectador de futebol custa um preço exurbitante a todos os cidadãos que pagam impostos, mais valia que aplicassem algum desse dinheiro, que foi mal gasto, em peças de teatro, ou teatros daqueles que levam mais publico do que certos estáios.

Na semana passada, li que o Ministério da Educação anda a discutir uma proposta que fará com que os professores sejam avaliados agora também pelos pais dos alunos. Eu não tenho nada contra a verdadeira avaliação, eu sou avaliado todos os dias por 300, ou 400 ou mais pessoas e é isso que eu pretendo, mas os pais vão avaliar os professores de que maneira? Com que critérios? Com que dados? É isso que eu tenho medo, e não sou professor. Depois de quase ser impossivel marcar uma falta de castigo, depois das suspensões não contarem como faltas, depois de tudo estar organizado no sistema de ensino para facilitar a vida aos meninos e complicar a dos professores, depois da maioria dos pais não ligar às escolas, ainda querem arranjar maneira dos professores se porem, agora, a mando, também, dos pais dos meninos? Eu aqui há uns anos comecei a ficar preocupado com o meu filho porque ele me dizia que havia um professor que era mau para ele e para os colegas. Depois, felizmente, informei-me, falei com o professor e com os outros pais e percebi que, afinal, o meu filho é que imbirrava com o professor porque ele não o deixava brincar, também, na aula. A partir daí fiquei a perceber que todos os anos ele tinha maus professores para ele de que eu gostava. Eu pergunto-me se o ministério achará que todos os pais têm uma boa ligação com a escola e com os filhos de maneira a não seguirem só o que os meninos dizem. É que os professores do meu filho já teriam sido todos despedidos se eu os avaliasse por aquilo que o meu filho me dizia, ou então, seriam todos mais benevolentes com ele para não sofrerem uma má avaliação minha, e ele seria hoje, ele meu filho, seria hoje um selvagem sem disciplina. É esta porcaria que o ministério quer para as nossas escolas e portanto para os nosso filhos?

E se produzissem coisas sérias em vez de brincadeiras?

(Crónica de José Pedro Gomes para a TSF)

Desculpem a pontuação mas estava a ouvir e a escrever. Eu acho que está brilhante=)

Beijoca grande

1 comentário:

Jay Dee disse...

=)
Realmente essa avaliação é um máximo! Qualquer dia é aprovado um novo sitema de aulas em casa porque os meninos não podem estar sujeitos à pressão de uma sala de aula com um bich papão è frente!