terça-feira, maio 12, 2009

As melhores coisas da vida...

...não são coisas.



Aquele sentimento que não tinha descrição. Era desse sentimento que queria falar. Aquele que sentia quando pensava em tudo o que ela tinha suportado, vivido, e em especial na maneira como o tinha feito, era sobre esse sentimento que sentia quando pensava nela que queria falar.

Sentou-se de caderno numa mão, uma caneta bic de tampa ruida na outra, e o candeeiro -de luz fraca acesa- ao lado. Não tinha de o fazer, e menos ainda sobre isso, mas quis.

Demorou ainda algum tempo até que escrevesse a primeira frase, era dificil falar de algo tão grandioso.

Antes de tocar com a caneta na folha em branco ligou o rádio e no momento em que o bico da caneta tocou na folha a mão parou e a sua mente encheu-se de lembranças.

Lembrou-se da viajem que fizeram quando tinha 8 anos, de quando foi operada, de quando não chorou, dos abraços, dos pessios em sintra, das consultas médicas em que a nancy tambem ia, do corsa vermelho, dos pombos, dos fins de semana no alentejo, do triciclo, da volta à casa alugada, do an que estiveram fora, dos esforços mensais, das risadas, das conversas no sofá, das experiencias na cozinha, dos stresses, do matar as saudades, da compreensão, da cumplicidade....

Escreveu o que tinha a escrever tapou a caneta e foi dormir.

No dia a seguir o caderno no chão tinha tão só uma linha escrita:
Amo-te mãe.

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