sábado, novembro 29, 2008



Aquela rua agitadamente calma, aquelas pedras (des)alinhadas, aquelas paredes amareladas. Aquele som das rodinhas que se arrastam pela rua e as sirenes que correm ao fundo.

Aquela casa escura cheia de vida, aquela porta que quase não para, o elevador incontrolavel. Aquele riso que ninguem controla e a campainha silenciosa.

Aquilo que não se explica porque ninguem entende.

São momentos, apenas isso. Breves instantes.

sábado, outubro 04, 2008

La fuga (medley)

Triste, como el perro en la autopista, como una tortuga con prisa, como una monja en un burdel.
Así me siento yo. Absurdo como un domingo por la tarde. Vacío como el corazón del rico, como el bolsillo del mendigo.
El tiempo no nos servió, las heridas siguen aqui, y los recuerdos esos se suman a cada momento recordandome que tuvimos una historia. Aunque fueramos diferentes compartimos momentos, sueños, dias y noches que nos hacian vivir intensamente algo que no sabiamos lo que era.
Tu nunca decias sí, yo nunca decía no. Tu salías al trabajo mientras yo volvia del morón. Tu dormias con la luna y yo dormia con el sol.
Aún así fuimos capaces de vivir algo bonito, las diferencias no nos apartavan, nos acercaban, eso fue nuestro problema, nos acercabamos con las cosas que no soportabamos. Y las soportamos al final.
Lo unico que no fuimos capaces de soportar fue la mentira. De tanto escuchar mentiras me he quedado sordo, sabes bien como soy, que no suelo mentir y siempre que lo hice fue por verte sonreír. Pero de tanto querer verte sonreír, te he perdido y ahora, de mi boca solo salen puñados de silencio.

Donde están las noches sin pastillas para dormir?
Las penas que solo eran penas para los demás?
La colección de promesas por cumplir?

Estoy cansado de historias que siempre acaban mal. Ya sé que a ti no te ha ido bien en el juego de ganar siempre te ha tocado perder. Y quería hacerte sonreir ahora como una vez lo hice. Y quería decirte que vamos a vivir del aire pero no funcionaria, el tiempo no vuelve y lo que pasó, pasó. Sin más. Ahora que voy más solo que la luna voy buscando en la basura unos labios que me digan “esta noche quedate”.

Mientras espero le pido al cielo que cierren para siempre la calle del olvido y que te metan en ella para nunca verte. Y que, por fin, el tiempo borre las heridas y tus fantasmas nunca más vuelvan a verme.

¿Donde coño te escondes felicidad?
Me condenas a muerte de soledad.
Para caminar valen los sueños.
Y no me quedan más.

No me jode por los sueños.
Me jode por los inviernos que parecian primaveras.



Este texto não tem um significado especial.
Este texto não é um original.
Este texto é um "medley" de algumas músicas de la fuga com algumas palavras pelo meio.
Este texto aparece aqui hoje porque a saudade aperta.

quinta-feira, outubro 02, 2008

perspectivas


brisa suave. vento forte.

céu azul. nuvens carregadas.

sol oculto. raios brilhantes.

lágrimas soltas. risos loucos.

falta de ar. pulmões cheios.

terra molhada. areia solta.


quarta-feira, setembro 17, 2008

A vuestro lado...la vida me sienta mejor!


Pueden decir lo que sea. Que todo lo que decimos tiene un doble sentido, para mí el sentido no es doble, las interpretaciones, esas sí, son variadas. Que lo que hicimos es de locos, para mí la vida es de locos. Que seguimos en Nunca Jamás cuando ya deberiamos haber crecido, para mí no hacemos más que disfrutar la vida.
Pueden decir lo que sea, pero lo que siento yo dentro no se puede poner en palabras.
Pueden decir lo que sea, pero las ganas de abrazar las paredes, cantar alto en la calle, sonreir sin cualquier motivos, eso no lo siento en ningun otro sitio como ahí.
Y pueden decir lo que sea, pero con vosotros no hace falta estar lejos para echaros de menos, no hace falta estar cerca para quereros cada vez más, no hacen falta silencios para hablar ni tampoco gritos para que nos callemos, con vosotros las palabras ganan otro sentido y los silencios otro valor.
Que digan lo que sea, juntos la vida nos sienta mejor.
[En la foto faltan dulce (la fotografa) y carole (la que duerme), porque en este finde eramos siete. En el finde faltaron vosotros, porque "nosostros" seremos siempre más. Y este texto no es para 5, 7, o salmantinos, es para una ciudad y para amigos. Sin demasiadas limitaciones.]

sexta-feira, agosto 15, 2008

mais

Os olhos, cheios de sonhos, presos em memórias intermináveis. Uma alma despida (mas não vazia).

Sentou-se naquela cadeira vermelha como se fosse a primeira vez, o mesmo turbilhão de emoções. Não. Não era o mesmo, nem era a primeira vez. Respirou fundo, deixou aquele ar cortar-lhe a garganta, e baixou a cabeça (como fazia sempre).

Baixou a cabeça como fazia sempre mas, desta vez, não haveria uma mão a levantar-lhe o rosto. Brincou com a colher do café. Bebeu um pouco de água. E começou.

Começou a falar, abriu o coração pela primeira vez na vida e disse tudo o que sentia, ou escondia. Fez as acusações que nunca teve coragem para fazer. E ouviu o que nunca lhe foi dito.

- Prometeste que nunca me deixarias. Que estarias sempre aqui quando precisasse. Prometeste que a chuva não duraria para sempre. Que sempre veria as estrelas. Prometeste que se doesse passaria. Que tudo passaria menos tu. Disseste que não irias sem te despedires. Disseste que o que doi é não ter "uma" mão para apertar. Disseste que o vazio não existe.
Sim. É verdade.
- Mas não estás aqui sentado comigo. E eu preciso. Mas continuo a sentir os pés molhados. E as estrelas há muito que não iluminam o meu caminho. Mas dói todos os dias, cada vez mais. E tu não ficáste aqui. Mas não disseste adeus, não me deste um último beijo, um último adeus, um último olhar. E o que dói é não ter a tua mão por perto. E cá dentro falta-me tudo.
...
- Não me disseste nada do que devias ter dito, e prometeste tudo o que não devias ter prometido.
Disse tudo o que precisavas e prometi tudo o que podia. O vazio não existe em absoluto, apenas quando nos falta algo do que querermos. A mão que queremos apertar não é a única que nos pode consolar. As despedidas acontecem a cada segundo, porque cada momento é o primeiro e o último. Somos nós que permanecemos na dor, a dor é apenas um momento passageiro. É preciso ir atrás das estrelas, somos nós que as queremos. As memórias não são tudo, mas são suficientes para compensar algumas ausências.
- Fazes-me falta.
Tu também. Mais do que a mim, a ti.

As lágrimas corriam. Largou a colher. Bebeu o resto da água. E levantou-se.
Levantou-se, olhou em frente, respirou fundo e foi. Sem mais.

quarta-feira, julho 09, 2008

terça-feira, junho 03, 2008

untitled

A porta abriu-se de repente. A respiração parou. Os sons estavam cada vez mais longe. As pessoas desviavam-se para conseguir sair e ela continuava aí parada, sem respirar, sem pestanejar, sem pensar.
Pouco a pouco, muito lentamente, as pernas moveram-se, uns movimentos timidos coordenados pela razão ou pela vontade, não se sabe. O caminho era curto, mas a vontade de chegar ao destino não existia, existia tão só uma vontade de acordar de repente.
Queria sentir a respiração falhar-lhe, a voz faltar-lhe, as pernas baterem contra o colchão. Queria acordar e dar-se conta que era um sonho. Mas não. Não era um sonho. E não ía acordar porque para o fazer é preciso dormir e isso era precisamente a única coisa que não conseguia. Dormir, essa coisa que fazes quando te deitas, fechas os olhos e o teu subconsciente te leva para outra dimensão. É, essa coisa que as pessoas normais fazem mas que ela não conseguia.
Ai, nesse movimento lento, a que alguns chamam caminhar, ela lembrou-se de tudo, dos abraços fortes e interminaveis, das piadas sem graça, dos silencios tão duros, das palmas que se ouviam em momentos "violentos", dos sorrisos mais sinceros. E é aí, nesse movimento lento, que a razão a chama e ela acorda. Ele está aí, diante de si, não como antes é certo, mas que importa isso. Tem o sorriso de sempre, aperta a mão com força, bate na perna ainda com mais força e diz disparates.
Senta-se a seu lado, sorri, diz disparates e disfarça assim o nervosismo, o medo, a vontade de o abraçar e não largar mais. Ficam os dois aí, como tontos, como sempre. Dizem disparates misturados com coisas sérias. Batem um num outro (com intensidades diferentes). E respiram fundo quando não sabem o que dizer ou ouvir. Sorriem.
O coração continua apertadinho, mas as palavras saem naturalmente. "Até amanhã". Com um sorriso na cara, como se nada.

segunda-feira, abril 28, 2008

Ai a minha vida...

Eu já nem sabia o que era isto de desafios...ainda por cima são sempre dificeis...mas, aqui vai:



- Familia - O inicio, a essencia, a história.

- Homem - Uiiii, são todos iguais...ok não iguais iguaizinhos....mas....

- Mulher - A minha mãe, o meu exemplo!

- Sorriso - Siempre!!

- Perfume - Terra molhada, primavera, chuva, são tantos...o perfume do que já passou!

- Carro - Num sei, mas tenho um carinhos especial ao TC, é um fofo! (ahh e de mencionar também o do puto e o da dalila, esses grandes spots de socialização!)

- Paixão - A coisa mais tonta que alguma vez existiu, deixa-te confus@, ficas com cara de tont@... mas sabe bem, e mais que tudo makes you feel alive!

- Amor - O sentimento mais lindo do mundo: o ficar feliz só por ver outra pessoa sorrir, o sentir-se bem por ouvir uma voz, chorar porque alguem esta mal, saber que serias capaz de dar o que fosse para que outra pessoa ficasse bem, e acima de tudo saber que sem essa(s) pessoa(s) nao serias tu, o essencial para ser feliz. Ainda que vos dissesse quantas pessoas (e coisas também) amo, não teriam ideia do quão feliz sou.

-Olhos - De preferencia castanhos, mas o mais importante não é a cor, é a profundidade, é senti-los e ve-los justo diante dos meus.

- Sal - Lamentavelmente a primeira coisa que me vem à cabeça é a "biiiiiiiiiiip" da tequilla da chupi que graças a uma certa menina fiquei a odiar. Mas a visao da Dalila é realmente muito melhor!!! Saudade desse mar imenso....

- Chuva - Ora eu aqui a verdade é que não percebi se a "pergunta" original era chuva ou "chuva ou sol". Se era chuva eu digo, que gosto da chuva no seu tempo, gosto de voltar a casa com as calças encharcadas e os pés gelados, gosto de ficar enroscada a ver um filme ou de acordar com o som da chuva, sair de casa e sentir esse cheiro. Mas tudo isso no seu tempo. Se a pergunta era "sol ou chuva", neste aspecto não sou de extremos, sou uma rapariga do antigamente, quando eram 4 as estações. Gosto do sol, do calor, de usar oculos de sol, ir ate ao jardim, adormecer com os raios de sol, e voltar para casa as 9 e pico quando ainda é de dia. Mas tudo isto no seu tempo.

- Livro - Tenho algumas dificuldades em eleger um livro...talvez por isso escolha 3 (+1), pode ser? (obvio que sim, por algum motivos somos livres): Angustia para jantar (Stau Monteiro), Banqueiro dos pobres (Mohamed Yanus), Egu Sum (FAP) e, ainda por concluir, o da minha vida!

-Filme - Tenho serias dificuldades em escolher um. Mas como cheguei agora do cinema, e adorei o filme, fica "Cometas en el cielo" (nao sei o nome original)...lindo!

- Dinheiro - Que é suposto responder aqui? Sinceramente tou farta desta coisa que controla as nossas vidas. Se um dia for rica (por rica entenda-se ter uma vida normal sem excessos mas que ao fim do mes sobre algo na conta) não o guardarei para mim.

- Musicas - Também aqui nao posso escolher uma. E nao posso mesmo. Oiço de tudo, depende dos momentos.

-Silêncio - Gosto tanto do silencio como do barulho ensurdecedor, tudo depende do momento, às vezes sabe bem....ainda que na realidade nunca consiga estar em silencio, a minha cabeça não para por um segundo...e fala tao alto...!

- Solidao - Medo. Estar sozinha é uma coisa (que valorizo regularmente), solidao é outra (que me dá um medo e uma pena tremenda)...

- Flor - Geriberia é a preferida (embora o cravo, pelo seu simbolismo, os amores perfeitos pelo que significam, e as tulipas pela beleza que tem, tenham um brilhozinho tambem).

- Sonho - A minha vida é um misto de sonhos. Sou uma sonhadora nata, sonho acordada e a dormir, sonho a toda a hora. Sonho de anos e (um dos) objectivo de vida: Ir a África como voluntária.

- Cidade - Por tudo o que significou e o que mudou na minha vida e na minha maneira de ser, sem qualquer duvida: Salamanca

- Pais - Portugal, as raizes sao sempre muito fortes.

- Não viver sem - Amigos, Amor e Sonhos.

- Nunca deixar de ser - Esta tonta sonhadora

- Qualidades - Isto estava realmente fácil....hmmm... Acreditar e escutar.

- Defeitos - Ser teimosa (por vezes) ou ter medo de falar.

- Gostos - ??? Eu lamento informar, mas isto nao sao perguntas, sao palavras soltas que nem sempre exigem resposta. Gostos....dizer que uma das coisas que mais gosto em Salamanca é ver de tudo, serve como resposta?

- Não passarei -É mesmo suposto por uma idade? Se é devo dizer que odeio prazos de validade, como tal recuso-me a responder. Se posso dizer outras coisas digo que nao passo sem a certeza de que vale a pena ir a tras do que se quer.

- Detesto - Que me acusem de coisas que nao fiz, e que critiquem quando fazem exactamente o mesmo.

- Pessoa - Isto é mesmo referente ao meu Pessoa? se é nao ha mais a dizer: E meu, e lindo e adoro-o. Se é para eleger uma pessoa...ui...faço um mini relato de vida: A minha mae por ser como e e ser o que e para mim; o meu avo que me passou muitos dos valores que tenho; os meus irmaos pelo "encher o peito" que provocam, os meus amigos (e aqui generalizo senao nao terminaria) por tudo o que me deram e por fazerem de mim um pouco do que sou, ou pelo menos me aceitarem assim.

- Desafio - Quem estiver interessad@ em responder!


terça-feira, abril 22, 2008

Destinacion unkown

Ao olhar atras reconheco os meus erros
Censurem-me se quiserem
Tudo o que fiz levou-me aqui
E nao ha que mudar
Vou, sem hesitar, seguir a minha vontade
Ir a outro lugar sem tempo nem idade

Sem querer fazemos o destino
Sem querer seguimos um caminho
Sem querer...

Sento-me a olhar um cruzamento
Hesito um instante a pensar
Sinto vontade de um dia viver
Por uma incerteza de amar
E tudo mudou, agora ja eu sei onde vou
Talvez encontre alguém que me diga onde estou

Sem querer fazemos o destino
Sem querer seguimos um caminho
Sem querer...

[Um destino. Hands on approach]

sexta-feira, abril 11, 2008

sem titulo


KDV. [cláu, mine, nayade]
Isto depois de ter de fugir de um rapazinho que me queria levar em ombros até ao Kandavia...foi o panico era eu a correr sem saber para onde, já que os seus amigos se preparavam para atirar água da fonte aos que passavam. God. Ahhh e posso também fazer referencia ao chico esse que tinha tatoado "cláudia" nas suas costas, foi a loucura, a Mine adoptou o meu nome e eu fingi que não era nada comigo. Ahahaha.
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Esta semana a palavra de ordem é Água por todas partes a toda a hora.
Quero rio, quero praça, quero jesuitas, quero passeio ribeirinho, quero rastro.
Sol, volta. Estás perdoado.

sexta-feira, março 28, 2008

3

«Foi tudo tão estranho.
Era outra cidade. O vento era frio mas não se sentia. As sombras eram grandes mas vazias. As paredes olhavam-me de modo reprovatorio. O sol encandeava mas não brilhava. O ar puro sufocava. E nós estavamos lá mas já não existiamos. O céu ameaçava cair.
Teria sido mais fácil se não tivesse partido, como me disseste para não fazer. Mas parti. Tudo seria diferente se tivesse ficado.
Estou aqui a escrever-te a carta com a certeza que não a lerás quando a receberes mas apenas daqui a uns meses, anos, quando a saudade apertar demasiado e não conseguires esquecer que um dia existimos.A luz está fraca os meus olhos atraiçoam-me e a mão treme-me. Mas tenho de o fazer. Tenho de te escrever. Por ti, por nós, por tudo o que foi e já morreu. Essencialmente por mim. Penso frequentemente que se tivesse ficado hoje não te estaria a escrever a ti, mas sim a voces. Não. Se tivesse ficado não estaria a escrever carta alguma. Estariamos todos aí. Não. Não aí mas na cidade que deixei para trás e já não existe.
Sei que tinhas razão quando me pediste para não partir porque quando regressasse essa já não seria a minha terra. Não acreditei em ti, aliás acreditei, simplesmente o meu orgulho não me permitia dizer-to. Irónico. Irónico que te escreva agora para dar razão a tudo o que sempre me disseste e eu sempre neguei. Irónico que te escreva agora para me despedir de algo já não existe. Irónico que te peça desculpa apenas a ti.
Faltam-me as palavras para dizer o que sinto.
Quando no mês passado aí fui....falhou-me a respiração. Tal como me havias dito, no dia da minha partida, nada era igual, e no entanto nada mudou. É curioso. É curioso ver que apenas tu sabias que seria assim. Que eu só voltaria naquele dia. E que dia. Queria ter-vos dito que quando me vim embora não foi por não gostar de voces. Não. Eu não gostava era do resto, do que nos rodeava. Precisava crescer, e essas paredes entalavam-me. Tinha de partir. Tinha de escolher entre a minha enorme vontade de largar todo esse mundinho que me prendia ou o meu enorme amor que me fazia voar. Sempre fui má a ver prioridades. Tu sabes. Bem sei que a minha escolha não foi a mais certa, mas não imagino a minha vida de outra maneira. Seria demasiado doloroso imagina-la com voces, nesse mundinho que...me faz tanta falta.
Não sei se me entendes, penso que sim, sempre conseguiste faze-lo. Parece contraditorio tudo o que digo, mas os meus sentimentos atraiçoam os meus pensamentos a cada segundo.Desculpa se não fui capaz de aí ficar o mês passado, num momento em que tanto precisavas de mim, mas a coragem nunca foi o meu forte. Não para o conhecido. Só sei ser corajosa com o desconhecido... lembras?
Acho que já chega. Esta carta não faz qualquer sentido e apenas tu poderás, quem sabe, compreende-la se assim o quiseres.
Um grande beijo (quem me dera poder dizer para voces)para ti, e outro para ela, onde quer que ela esteja.»

"A cidade é diferente agora que partiste.
Lembro-me de um vento que costumava gelar-nos os ossos nas noites em que corriamos dos nossos pais. Lembro-me dumas sombras cheias de cor e de esperança que nos deixavam descansar. Lembro-me de brincarmos e riscarmos paredes que nos sufocavam e nos gritavam para que mudássemos. Lembro-me dum sol que brilhava só porque estavamos juntos. Lembro-me do ar que respiravamos após cada corrida, e que nos sabia tão bem por ser tão puro, tão cheiroso a terra.
Mas a cidade mudou.
O vento não se faz sentir. As sombras estão agora vazias e cinzentas, despidas de sonhos e de esperanças. As paredes já não falam, olham-me antes com ar reprovatorio. O sol encandea-me mas não ilumina o nosso caminho, não brilha, não aquece a minha alma como fazia. O ar continua tão puro, mas por isso mesmo sufoca-me, sufoca-me por me lembrar tudo o que deixei para trás. Nós já não existimos e continuamos lá...hoje já não somos o trio magnifico.
Desculpa.
O céu ameaçou cair no dia em que lá regressei.."

...Antes o tivesse feito...
[texto de 8.10.2005]
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Novo blog: www.gritos-em-silencio.blogspot.com
Não substitui este, são blogs diferentes, por aqui continuarei a divagar, a citar, a comentar, a dizer o que me apetece. No novo começarei a dizer o que me apetece, mas sobre outros temas, sobre realidades, noticias, no novo gritarei.
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Mil beijos*

quinta-feira, março 06, 2008

Crónicas cuestionables I

Tiempo de duda e incertidumbre.
Así es el tiempo de cambio. Así es el tiempo que antecede un final (al final, me pregunto, ¿no es verdad que todos los tiempos anteceden un final?). Así es el tiempo que se acerca. Así es el tiempo de cualquiera que se pare para pensar sobre el mundo, la vida, el futuro.

Sentada en la silla de mi local de trabajo, de convivo, de mi segunda casa, me pregunto donde quiero ir cuando cierre la porta por la ultima vez. Y donde quiero ir cuando de la espalda, por ultima vez, a esta ciudad. O donde quiero ir cuando haya ido detras de mis sueños y el vacio sea aun mayor (aunque sea cierto que seguiré soñando, y que de lo viejo se hará nuevo).

Mirando hacia delante me doy cuenta de que tengo todo un mundo por descobrir.
Algunos me dicen que no busco nuevos destinos sino que procuro huir de lo que no quiero.
Calmamente les explico que cuando no sabes lo que quieres no te queda más que huír de lo que no quieres.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Bravo la France, 20 sur 20, c'est le pompom

Primeiro vem a saudade, depois o reencontro, os abraços, o coração a bater mais depressa, o olhar parvo que tenta memorizar cada detalhe, o sentimento de que nunca estivemos longe e de que nada mudou. Despois vem a certeza que uns km não servem para terminar amizades, que o tempo não arrefece mas aquece, que há coisas que não mudam. Por fim, vem a saudade do que foi e do que não foi, depois o adeus, o coração a bater mais depressa, os olhos a quererem chorar, a cara a olhar para o lado, o dar as costas, o sentir um braço a volta do ombro dizendo proibido chorar mas partilho a tristeza, o sentimento de incerteza, a duvida de quanto tempo mais vamos ter de esperar, a certeza de que um dia as coisas mudarão mas que sempre seremos assim.

Não há muito para dizer. Uma hora com eles reconforta-me a alma e faz-me renascer, no entanto cinco dias sabem a pouco e não chegam para matar a saudade.
Os abraços, os sorrisos, os olhares, os beijos, os brindes, as coisas parvas, as conversas sérias, as pequenas coisas que fazem parte de uma amizade são iguais em qualquer lado.
Pela primeira vez não visitei Paris como turista e no entanto continuei na descuberta desta cidade, o pão, o cheiro, as escadas, o tempo, as pessoas, e descubri o mais importante de tudo: que Paris tem um brilho especial quando estou com voces.

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Foto:
Porque as coisas mais importantes na vida não são coisas - Marion (petite fille), Cláu (el angel), Thibault (el malo), Mickael (el semi malo,mika), Antoine (toto) @ Sacre ceur (foto do sacre ceur disponivel aqui), a minha parte preferida da cidade (e, por casualidade, a unica parte "tipicamente turistica" que visitei este fds)
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Lo más dificil no es el primero adiós pero los sucesivos adiós...os quiero*

terça-feira, janeiro 15, 2008

"Quando uma porta se nos fecha, outra nos é aberta..."




....Um frase antiga, batida, comun. Uma frase bonita, pomposa, "razoavel". Uma frase equivocada.

Novos objectivos. Velhos sonhos. Medos de sempre.

Ano para fechar portas e abrir novas portas. Não porque nos abram ou nos fechem portas, mas porque depende de cada um de nós. Porque há momentos na vida em que certas coisas têm de ser terminadas, escondidas (nunca esquecidas) e postas de parte. Porque há momentos na vida em que tens de esquecer os medos e abrir novas portas, tens de escolher um caminho e procurar a sala em que queres entrar e, pelo menos temporariamente, ficar.

Não é que o tenha de fazer em 2008, é que decidi faze-lo em 2008. Não é que tenha muitas portas para fechar (ou que queira fechar), mas tenho muitas para abrir (que quero e tenho de abrir).
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[Foto - Passagem de ano 2007/2008, a primeira (celebramo-la duas vezes, uma à hora espanhola/francesa, outra à hora portuguesa), a hora do champagne, dos beijinhos, do "bom ano". Foi a melhor de sempre. Porque com amigos cada momento é o melhor de sempre. Porque com voces tem um sabor especial, porque era tudo o que precisávamos para acreditar que "cada coisa dura o tempo suficiente para se tornar inesquecivel" mas acima de tudo para sabermos que há coisas que duram para sempre!]
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2008...

... Possivelmente terei de sair da Terra do Nunca (o que não significa que deixe de ser uma "petera" pan)...
... Possivelmente terei de deixar que as minhas raízes falem mais alto que as minhas asas (o que não significa que deixe de sonhar)...
... Possivelmente continuarei a correr atrás dos meus sonhos (o que não significa que abandone o que já tenho)...
... Possivelmente terei de arranjar um espaço, e coragem, para abrir outras portas (o que não signifique que deixe de ter medo)...
... Seguramente continuarei a sonhar...
... Seguramente continuarei a estar com (todos) voces...
... Seguramente não me esquecerei de nada...
... Seguramente será dificil...
... Seguramente já não serei eu, mas os muitos eus e os muitos voces numa só...